sexta-feira, 26 de junho de 2009

Só pra variar




Em meio a esse respaldo moral oriundo do turbilhão de fatos que ocorreram nas (minhas) últimas semanas, eu estou em São Paulo escrevendo neste início de noite fria ou comendo um baguete na Augusta. Respaldo moral porque mexeu com tudo o que me pertence mentalmente: meus valores, meus princípios, minha fé, minha consciência, meu ego e o meu super-ego. Primeiro - pra começar arrebentando meus tímpanos: o diploma de jornalismo é dispensável para o exercício da importantíssima profissão do jornalista - um comunicador social. Comunicador social. Saber o que se passa verdadeiramente dentro e fora da sociedade é de muitíssimo grado diante à alienação em que se encontra o povo - brasileiro. Essa é a notícia. Mais importante ainda é ler uma opinião crítica de análise sobre os fatos noticiais. O jornalista também tem opinião - e como tem. Todos com análises diferentes e uns, porém, com conservação e outros com movimento. Essa é a opinião através da análise, que se faz através do conhecimento do fato. É, portanto, triste que o Supremo Tribunal Federal e o seu carrancudo presidente Gilmar Mendes, tenham legalizado essa injúria que é dispensa do diploma de jornalismo.
Segundo - não é trágico como o primeiro fato, mas também não é de todo bom: o encerramento do primeiro semestre da minha faculdade de Direito, junto com o trancamento. Eu não quero trabalhar com Direito, mas acho o curso um poço de análises sociais. É por isso que vou trancar o curso no primeiro semestre para fazer o que me chama: a comunicação. Mas, o primeiro - não sei se será o último - semestre de Direito foi muito bom. Sabem o que é pertencer ao mundo? Não sei se é essa a sincera síntese do semestre, mas foi isso que eu senti. E não pensem que foi Direito que eu comecei a aprender, não. Foi muito mais do que isso. Foi Ciência Política, foi Economia, foi Antropologia, foi Filosofia e foi Teologia. Fiz questão de escrever matéria por matéria para transmitir o meu aproveitamento do semestre. Esse semestre foram acréscimos grandiosos à minha cognição e à minha moral. Há algumas semanas ele acabou. Foi bom. A gente ganha, a gente cresce.
Terceiro - o menos impactante, mas mexeu: o descaso com o condomínio. Eu fui para a reunião do meu futuro prédio e presenciei a falta de coletividade dos meus futuros vizinhos. Coisas como pensar só na varanda do apartamento, sabe? Pois é, é fato. As pessoas não vêem o condomínio como ele é escrito e como ele deve ser - que dá no mesmo. Não é domínio. É condomínio. Não é só seu. É de todos. Um exemplo desse descaso com o condomínio é a última posição temporária do boleto do condomínio na ordem dos pagamentos. É por esses e outros motivos que o dia do comunismo será adiado, definhado...
E na espera desse dia comunista, na espera da iluminação na mente de Gilmar Mendes e cia., na indiferença racional, na maciota é que vou passando mais um dia de inverno aqui na selva de pedras que é São Paulo. E haja frio...