segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Marcelinho e o mundo dos ratos


É uma crônica. É engraçada. Ou não.

Ontem, a partir das 4:30 da tarde, o dia começou a ficar instável. Eu, Matheus e Argolo fomos esperar o buzú passar no ponto daqui da Paulo VI. Íamos encontrar com Luciano para depois assistir aos shows lá na Praça da Cruz Caída. Esperamos, ligamos para convidar Sheep – ele recusou, para variar – e, depois de meia hora, aparece um buzuzinho frio e caro – quatro reais - que ia para Barra. Com o receio de não aparecer outro buzú com o mesmo destino, pegamos o tal. Quando passamos pela catraca, surgiu o mesmo pensamento na cabeça dos três: e se vier agora o buzú normal, rei? Dito e feito. Não deu nem um minuto para o vermelho grandão da BTU ser avistado por nós. Pois é, tínhamos acabado de perder dois reais. Aproveitamos, porém, da cadeira acolchoada e do ar condicionado que os dois reais a mais nos proporcionaram.
Encontramos-nos com Luciano lá no Habib’s perto do shopping Barra. Matheus queria comer nessa porcaria. Ó que maravilha: domingo à tarde, ouvindo Calypso e vendo Faustão, fechados dentro do Habib’s. Entre esfihas e limões, não era nem a voz sufocada de Faustão que chamava atenção. Era o amontoado de ratos que estava reinando numa tela de quarenta e tantas polegadas em frente a nossa mesa. Que massa para o povo que estava comendo lá, né? Comendo e vendo ratos comendo, também. E nem para dizer que o pessoal da loja não se importou. O gerente – logo ele – passou pela frente da televisão e parou do lado da nossa mesa. Eu pensei que ele ia perguntar se aquela cena estava incomodando, ou, simplesmente, mudar de canal. Não que eu tenha pavor a ratos, mas estava ridícula a cena – e eu nem estava comendo. Pois é, demoraram alguns minutos para ele dizer fascinado: “Venha ver, fulano! O mundo dos ratos!”. Ai, ai. Senti uma raiva daquela frase. Queria jogar uma esfiha na cara dele, mas me contive. E ele e fulano ficaram lá observando o mundo dos ratos, paralisados. Eu também.
Entre ratos, esfihas e letras fantásticas do Calypso, Marcelinho não chegava. Ele tinha saído de buzú há quase uma hora do estúdio, onde estava ensaiando, para nos encontrar no Habib’s ou no shopping Barra. Ligamos oito vezes para o moicano e ele não atendia. O show estava passando e nada de Marcelinho aparecer. Mas, no limite da paciência, ele nos liga. Estava correndo no meio da rua para chegar ao shopping Barra. Quando, enfim, nos encontramos, queríamos bater nele. Mas aí eu pensei. O cara veio de um estúdio lá da Pituba para pegar uma carona e assistir ao show conosco. Sinceramente, é raça. Para nos movimentar sem carro (aqui é para transporte mesmo, ok?) nessa cidade violenta é complicado. Ainda mais para assistir aos shows alternativos, que cada vez acontecem mais longe de nossas casas. Agora quem diz sou eu: esse sim é o mundo dos ratos. E olhe que Marcelinho está parecendo com um rato, ao fazer esse penteado moicano.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Papai, me dá um carro?



Ave Maria! A quantidade de mini-adultos de minha idade querendo ganhar um carro do papai é gritante. Além de marcarem presença no meu ciclo de amigos, todo lugar que vou encontro um deles. Tem uns que desejam o carro para ter mais “liberdade” e não abusar os pais quanto aos pedidos de busca em plena madrugada. Mas, a maioria quer o carrinho para “facilitar” a conquista feminina.
Há, de fato, uma doente necessidade automobilística desses jovens para com os relacionamentos “amorosos”.
Veja só... Ganhar um carro para poder ir às boates na hora em que bem entenderem e, com isso, oferecerem carona às mulheres depois da festa para poderem dar o intitulado xeque-mate. Isso é desejo? Isso é vontade? Isso é necessidade? Que porra é essa? Vocês precisam de um carro para tal feito? Precisam deixar audível o ronco do motor para chamarem a atenção das mulheres?
Tá, tudo bem. Faço de conta que entendo essa necessidade. Mas, de vez em quando, penso no “tipo” de mulher que eles atraem. O carro, para os filhinhos de papai, não é um meio de transporte. É um meio de poder sobre certas mulheres. Que “tipo” de mulher é conduzida ao xeque mate só por causa do carrinho do rapaz? A futilidade feminina é párea à necessidade automobilística dos homens. Quantos mais surgem mini-adultos de carro, surgem mini-adultas de butuca nos carros.
Nossa sociedade é tão apegada a matérias que chega a dar vergonha. Não é possível entender a cabeça de um indivíduo que deseja um carro para atrair, beijar e transar – ou dar o xeque mate – com essas mulheres. Eu, particularmente, não entendo nossa sociedade.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Humanize-me!




Em pleno mês de novembro, faltando algumas semanas para a segunda fase da federal, Rambo faz um apelo a Argôlo. Estávamos assistindo à aula de Português e fazendo algumas questões de interpretação de texto quando Rambo exclama: “Argôlo, por favor, me humanize!”. Ele estava do meu lado e tinha acabado de errar a questão que ele demorou um tempinho para fazer e que, diga-se de passagem, ele fez resmungando. Dizia que não tinha a mínima vocação para fazer questões subjetivas de português e ainda mais aquelas que têm um cunho social de proteção aos oprimidos. E, para concluir, desabafou: “Eu não tenho a mínima paciência para pensar nessas coisas humanas e subjetivas, eu quero coisas exatas, óbvias!”
Argôlo, portanto, riu. Eu também. Porra... Querer humanizar um menino de 18 anos para a prova da federal, que é daqui a uma semana, é uma missão impossível e extremamente relativa. O que é humanizar? Argôlo é humanizado? Eu sou humanizado?
Nós sabemos o que significa, mas não conseguimos expressar o conceito certo. Uma coisa, porém, é certa – ou melhor, óbvia. Para fazer a redação e responder às questões de português da segunda fase da federal é necessária uma visão humanista. Mas, como nem todo vestibulando tem uma visão humanista e até mesmo nem sabe do que se trata, os professores “ensinam” essa visão na sala de aula. O professor de redação tem um papel fundamental, que é abrir nossas cabeças para pensar no ser humano. E, na verdade, o que acontece é que os alunos “aprendem”, na sala de aula, o que seria essa visão humanista do mundo, mas, não incorporam na vida. É um aprendizado bem efêmero, como o quase todo passado pelos professores durante este maravilhoso terceiro ano escolar.
Sim, a resposta de Argolo foi interessante. Ele respondeu aconselhando Rambo a escrever na prova tudo o que ele acha errado. Foi uma resposta bem grosseira e radical - para falar a verdade, Rambo não é esse crápula todo – mas, foi engraçada. Tirando todas as coisas que ele preconizada e pensa – desde a reencarnação de Robespierre e de Plínio Salgado até a aversão ao Estado Comum -, ele usou uma camisa de Che Guevara há uns dias atrás. Não estou julgando ele por isso, mas já é um avanço... Acho que Rambo um dia irá se humanizar, ou não.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Nada mais que uma piada...




Eu estou cheio de opções de texto para escrever, cheio de assuntos e temas. Mas não estou a fim. Só quero escrever esta piada que li num livrinho de piadas bobas na Saraiva:


O comandante exclama para o recruta:

-Você não veio à aula de camuflagem ontem, não foi?

O recruta retruca:

-Tem certeza, senhor?