Atenção, este texto é somente uma proposta, ou melhor, uma hipótese! Ou até mesmo uma tautologia.
Após ter assistido à aula de lógica ontem, proponho a nós, brasileiros, usarmos mais uma expressão malandra no cotidiano. Ontem aprendi que a expressão “ou não” no final de uma frase anula todo o sentido dela. Ou seja, qualquer maluquice que você inventar e depois disser a “ou não” no fim da frase, sua proposição não tem sentindo e é redundante, porém ela é verdadeira. Bom, isso é lógico! Se eu disser a frase “Vou ganhar na Mega Sena ou não”, estou certo. Posso um dia ganhar ou não, entende? Ah, se não entendeu... Paciência. Não caibo eu, um leigo na área de exatas, explicar matemática para vocês, mesmo o nome do assunto sendo “lógica” – que, cá para nós, tem algumas coisas que não têm lógica.
A questão é que eu andei pensando durante essas mais de 24 horas sobre o assunto e constatei que a expressão “ou não” deve ser incorporada no vocabulário dos brasileiros, especialmente no dos políticos mentirosos, jornalistas histéricos e cartomantes videntes. Só assim a malandragem brasileira terá uma justificava plausível e matemática (que chique, hein?) para todos os impropérios que são ditos. Imagine só os discursos políticos como iam ser! E as reportagens? E quanto às explicações das cartomantes? A “ou não” iria marcar presença em, pelo menos, quase todas as frases dos políticos, linhas das reportagens jornalísticas e falas das videntes.
Não estou escrevendo para julgar, de forma alguma, a competência de nenhum político, jornalista ou cartomante, eles foram somente exemplos. Pelo contrário, estou aqui para, de certa forma, ajudá-los no dia-a-dia. E como já disse, não somente eles como todos os brasileiros irão ser beneficiados com o uso da expressão “ou não”, observe:
Uma adolescente de 15 anos diz para o namorado de 17 anos: “Amor, minha menstruação anda meio atrasada e, sei lá, posso estar grávida ou não.” Imagine o desespero do namorado ao ouvir essa frase aos 17 anos. Mas, se tivesse incorporado no seu vocabulário a “ou não”, não haveria esse desespero. Tudo pode acontecer... A namorada pode ficar grávida ou não, João Henrique pode finalizar a obra do metrô ou não, a crise mundial pode vir a afetar diretamente o Brasil ou não, a previsão de casamento feita pela cartomante pode se realizar ou não e o aumento salarial dos professores também pode ocorrer ou não.
É melhor, então, contudo, portanto, todavia, nós começarmos a nos acostumar com a onda da “ou não”. Se essa onda pegar, não haverá mal entendidos e, quanto menos, cobranças. Afinal de contas, que promessas são cumpridas no Brasil, o país do meio-termo e da teoria? Creio que, se essa onda pegar, os que ainda cobram e contestam gastarão menos da garganta e da paciência, pois, oficialmente, a incerteza será explicitada na fala dos brasileiros... Ou não. Vai saber...