quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Liberdade a nós, vestibulandos!


Liberdade, loucura e sonho foi, sem dúvida, a nossa trindade no terceiro ano. Depois de um ano inteiro sendo entupidos por informações muitas vezes descartáveis, nós aproveitamos as discussões sobre as questões sociais e econômicas que vigoram na nossa sociedade e aprendemos a lidar com as situações de pressão através dos conselhos educadores. Isso é conhecimento, crescimento.
A importância do último ano colegial de nossas vidas, porém, não se resume às discussões pautadas na sala de aula, nos conselhos de vida dos professores e, muito menos, na pressão sufocante do vestibular. Durante este ano, um desejo de liberdade se apoderou em nossas mentes involuntariamente. O anseio de se tornar independente e amadurecer como pensador veio crescendo aos poucos em cada um de nós neste percurso. A paranóia de gravar fórmulas, estabelecer relações, estudar para as provas dos sábados e se contorcer para não perder nenhuma aula extra tornou-se, aos poucos, coadjuvante.
A protagonista da nossa história este ano foi, sem dúvida, a liberdade. Ela, que é preconizada em todas as revoluções e desejada por qualquer estudante do terceiro ano, está se tornando real para nós. A passagem do colégio para a universidade não representa a aparente mudança no horário das aulas, do uso da farda - ou não - e do status social, ainda mais se tratando da universidade federal. Nada disso... A essência dessa passagem é, de fato, a liberdade. Liberdade de escolha, liberdade de expressão, liberdade sexual... Liberdade.
Agora nós podemos trilhar o caminho que quisermos das nossas vidas! Agora é hora de tirar os olhos do quadro da sala de aula, da televisão, do livro, do computador e voltar para dentro de si. Só assim poderemos pensar para decidir qual será a nossa, não a dos outros, loucura durante os próximos anos – que não é uma tarefa fácil.
Para alcançá-la estamos todos os dias correndo perigo e sendo alvo de críticas e paradigmas da sociedade. É necessário estarmos enraizados em nossas bases e sonhar, sonhar grande. Sem o sonho, a loucura não se realiza e a liberdade não é alcançada.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Faculdade privada ou faculdade latrina?



Em mais um dia sentado junto de Luquinhas, Rambo e da conversa, saiu algo literário. Este texto foi escrito por Luquinhas:



"É um absurdo algo tão importante que é a educação, ficar nas mãos de pessoas despreparadas para passá-la a diante. Hoje vemos faculdades privadas que são verdadeiras privadas, ou latrinas, que possuímos em nossos lares. Essas privadas vêm, desde o primeiro passo que é o vestibular, errando. Não são todas, mas a grande maioria têm vestibular de 6 em 6 meses e com muita facilidade para passar, é só marcar o "x" que passa.
O Capitalismo fez com que a educação se transformasse em mais um mercado para o acúmulo de capital. Sabemos que a sociedade é feita de educação . A educação virou uma privada. Logo, a sociedade é, ou irá se transformar, numa privada?"


Ao ler isso, Rambo logo defendeu as faculdades empresariais privadas: "Elas têm o direito de estarem no mercado! Quem quiser que preste vestibular nelas, ora!" Sim, isso é lógico! Mas Luquinhas não estava julgando a existência delas, e sim a prova do vestibular! E sabe de quem é a culpa? Do Governo Federal! É... Pela pouca quantidade de verbas destinadas às faculdades federais, a quantidade de vagas é restrita e afunila mais e mais os candidatos. Isso faz com que os "perdedores" corram para as faculdades latrinas e entupam as mini-fábricas do conhecimento de dinheiro - muito dinheiro, diga-se de passagem. Ah se tivessem duas UFBAs...





domingo, 9 de novembro de 2008

A ampulheta nossa de cada dia




Eu tenho alguns traumas com relação ao tempo. Já tive, muitas vezes, que trabalhar a mente para me concentrar no agora. A dispersão, às vezes, impregna-se em mim e me deixa maluco. Começo a pensar demais, a me confundir demais e acabo me desgastando. A solução para isso não acontecer é a concentração. Pensar no agora e desfrutar do momento – seja ele qual for – é um ótimo exercício, no qual o presente é vivido intensamente e a vida se renova a cada segundo.
Estive pensando nisso há uns dias e resolvi escrever isso aqui. Garantir tranqüilidade é necessária muita concentração e isso as crianças têm em demasia. Observar um pássaro voando, uma reportagem na televisão e uma conversa entre pessoas, exigem concentração para absorver os seus conteúdos, e os mais velhos têm dificuldade com isso. E, portanto, a correria dos nossos dias impede o exercício da concentração em cada instante. Precisamos, também, abandonar os relógios digitais e até mesmo os analógicos. Temos que voltar aos primórdios e a usar a arcaica ampulheta. A areia que escorre lentamente dentro dela, deixa a impressão que o tempo passa muito devagar.
Eu usei da ampulheta para medir o tempo durante um ano, quer dizer, eu e mais uma pessoa. Embora a pressa que esse ano exigiu, nossos tempos juntos tornaram-se transmissões em câmera lenta. A ampulheta nossa de cada dia nos ajudou bastante e conservou cada grão de areia que escorreu nas nossas vidas. Ela me fez acreditar que o chavão “viva a vida intensamente” pode realmente acontecer, porém, não facilmente. Como já disse, é necessária muita concentração para viver olhando as horas na ampulheta e sentir um ano cronológico passar como se fossem dez anos.
Proponho, portanto, a todos utilizaram da ampulheta para contar o tempo que levam ao lado de uma pessoa pelo menos uma vez na vida. Fazer isso é como se os desejos se realizassem a cada instante e o dia se tornasse presente e futuro. A concentração nos grãos de areia que escorrem na ampulheta me fez abrir a mente para perceber que o pulso ainda pulsa.



terça-feira, 4 de novembro de 2008

Mais que lícita!



A cerveja tem um vínculo muito afetivo com os brasileiros. Ela é nossa amiga. Quando ganhamos, perdemos ou nem um nem outro, a cerveja desce redondo goela abaixo. Na comemoração de qualquer vitória e na tristeza de qualquer derrota, a presença da loura é imprescindível e quando ela não aparece, ou a sua apreciação é dificultada, o circo pega fogo.
Há dois dias fui à festa da formatura de minha namorada e a bebida alcoólica era paga e, de fato, era proibida a venda para menores de 18 anos. Ouvi reclamações tanto das pessoas que iam se formar quanto das que só souberam do absurdo. Sim, eu também reclamei – e também sou brasileiro. Não vejo razão para, nessa altura do campeonato, proibirem dos menores a cerveja, a vodka e derivados numa festa de formatura do 3° ano colegial. Mas a questão aqui é que bebida é pra quem sabe beber!
Nos ambientes festivos – nos quais os shows infelizmente são a maioria – de Salvador, por exemplo, é comum encontramos marmanjos bobalhões que se embriagam e acabam por estragar a festa, ou o show. A razão formal pela qual eles bebem é única: trazer felicidade - ou não. Ora, a felicidade dos imbecis que não sabem beber é acabar com a noite dos outros através da violência. O que tem de briga causada pelo efeito do álcool não é brincadeira, porém, a bebida não é a culpada. A culpa é de quem não sabe beber e por causa deles, festas de formatura são obrigadas a controlar a bebida! E pior, a briga geralmente é por causa de mulher. Falo pior porque a mulher é quem, geralmente, sente-se culpada pela briga e defende o namorado animal que brigou por causa dela, mesmo ela discordando-o.
Retomando a razão formal da bebida e sendo breve na argumentação, declaro que o brasileiro realmente precisa da cerveja para ser feliz. É inerente do nosso povo fechar os olhos, ouvidos e boca diante dos problemas. “Tomar uma no bar para esquecer dos problemas” representa um descaso com as relações sociais. Numa sociedade desestruturada como a nossa é comum utilizarmos de métodos para fugir da realidade, ou melhor, tapar o sol com a peneira.